Dia
13/1/2012
Meu
caro e mortífero “Livro Negro”.
Daqui
fala a princesa negra, contando os melhores dias da minha “morte”.
Eu
era uma rapariga que foi amaldiçoada desde que nasceu.
É
verdade, ninguém gosta de mim! Desde que nasci que mudei para pior a
vida daqueles que me rodeiam.
Descobri
que tenho dons mórbidos e embora inecompreendida por muitos, até me
vou safando.
Hoje
é o melhor dia da minha existência.
O
dia em que morri para a sociedade e virei independente.
Estava
eu a partir das 8:00 a.m perto de um cemitério e algo me chamou a
atenção.
O
tempo nubelado, olhei para o céu...
Este
estava negro, o sol estava coberto de nuvens cinzentas.
Ao
longe, um grupo de Góthicos estava a fazer uma espécie de ritual
diante uma campa.
O
rapaz, supostamente o “mestre”, tinha um olhar profundo, triste e
sombrio, metade do grupo eram pessoas que na Tv eram dadas como
desaparecidas.
Fui-me
aproximando, vi todos os passos daquilo que seria segredo absoluto,
pois é mau visto pela sociedade e pela religião.
No
ritual, um dos novos membros cortou os pulsos e foi buscar cervejas
para os restantes.
Eu
fiquei branca que nem cal.
Infelizmente (na altura)
fui descoberta.
Perguntaram-me o que fazia
ali, era uma área privada, que sabia demais, deram-me então duas
opções: ou juntar-me a eles ou morrer numa tortura infernal.
Escolhi
a primeira que parecia ser melhor e indolor.
Fizeram-me o ritual de
“incorporação”, tinha de ser mortificada, fiquei encarregue ao
“mestre”.
O
primeiro foi o sacrificio à virgem, eu enquanto virgem tinha de ser
“comida” (ou aproveitada) por todos os rapazes do grupo.
Depois
tornava-me aprendiz, mudaram-me fisicamente e psicologicamente, aos
poucos foram-me roubando a vida, a alma, o meu coração.
Fui
totalmente mortificada.
Pois
assim aprendi que Gothico não é só um estilo de roupa, é
sociedade, lealdade, culto, um estilo de vida que deve ser apreciado
em vez de criticado.
Dia
13/4/2012
Depois
de tanto treino, eu estava apta a estar com os meus novos "amigos",
a minha única família, tudo o resto tinha-me sido apagado.
Eles
aproveitavam os meus dons para julgar pessoas que não cumprissem as
regras da sociedade ou aqueles que nos desrespeitassem.
Aquele
era o nosso território e ali tinhamos que permanecer na escuridão.
Os
meus costumes mudaram, o meu Mundo era outro totalmente diferente,
oposto àquele que as pessoas pensam.
Uma
coisa aprendi "tenho que ponderar muito bem antes de fazer as
minhas escolhas, mas não me arrependo muito."
Quanto
mais o tempo passava com o "Mestre", mais mortificada
ficava.
Roubei
um coração para lhe dar.
Nunca
me senti tão morta.
Nem
mesmo quando estava viva me senti assim.
Aliás,
eu nem sabia o que era estar viver e divertir-me até estar com ele,
até ver
o
que era, nos seus olhos negros e profundos.
Outubro.
Muitas
vezes iamos ao Hevan's, até que ele me pediu que mudasse o bar para
o Halloween.
Pois
era um dia muito sangrento iam voar cabeças e iamos levar com
sangue.
Então
decorei o bar com os piores efeitos (aranhas, teias, esqueletos...).
Comidas
com sangue, bebidas mórbidas e fortes.
O
melhor Rock alternativo que existe.
Preparei
o tabuleiro de Oija, as velas pretas e vermelhas e invocamos os
espiritos do além para dar ambiente.
Quando
o meu coração se partiu em 1000 pedaços, o Homem que me matou por
fora, acabou de me apodrecer por dentro, pois aquele mórbido
"Mestre" játinha a sua "Rainha negra e sangrenta".
Ela
expirava crueldade por todos os lados, o seu olhar congelava a alma
dos inocentes.
1/11/2012
Depois
de conseguir recuperar da perda, fugi para longe do grupo e
dediquei-me à vida espiritual.
Em
vez dematar e magoar almas pecadoras, façoas escolher outros
caminhos.
Encaminho-os para a luz,
aviso-os do perigo, mostro que podemos mudar o nosso futuro
dependendo das nossas escolhas.
Aprendi
a utilizar os meus dons para o bem e para o mal que estará por vir.
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