segunda-feira, 30 de junho de 2014

Pensamento de um triste ser


Dia 13/1/2012



Meu caro e mortífero “Livro Negro”.

Daqui fala a princesa negra, contando os melhores dias da minha “morte”.

Eu era uma rapariga que foi amaldiçoada desde que nasceu.

É verdade, ninguém gosta de mim! Desde que nasci que mudei para pior a vida daqueles que me rodeiam.

Descobri que tenho dons mórbidos e embora inecompreendida por muitos, até me vou safando.

Hoje é o melhor dia da minha existência.

O dia em que morri para a sociedade e virei independente.

Estava eu a partir das 8:00 a.m perto de um cemitério e algo me chamou a atenção.

O tempo nubelado, olhei para o céu...

Este estava negro, o sol estava coberto de nuvens cinzentas.

Ao longe, um grupo de Góthicos estava a fazer uma espécie de ritual diante uma campa.

O rapaz, supostamente o “mestre”, tinha um olhar profundo, triste e sombrio, metade do grupo eram pessoas que na Tv eram dadas como desaparecidas.

Fui-me aproximando, vi todos os passos daquilo que seria segredo absoluto, pois é mau visto pela sociedade e pela religião.

No ritual, um dos novos membros cortou os pulsos e foi buscar cervejas para os restantes.

Eu fiquei branca que nem cal.

Infelizmente (na altura) fui descoberta.

Perguntaram-me o que fazia ali, era uma área privada, que sabia demais, deram-me então duas opções: ou juntar-me a eles ou morrer numa tortura infernal.

Escolhi a primeira que parecia ser melhor e indolor.

Fizeram-me o ritual de “incorporação”, tinha de ser mortificada, fiquei encarregue ao “mestre”.

O primeiro foi o sacrificio à virgem, eu enquanto virgem tinha de ser “comida” (ou aproveitada) por todos os rapazes do grupo.

Depois tornava-me aprendiz, mudaram-me fisicamente e psicologicamente, aos poucos foram-me roubando a vida, a alma, o meu coração.

Fui totalmente mortificada.

Pois assim aprendi que Gothico não é só um estilo de roupa, é sociedade, lealdade, culto, um estilo de vida que deve ser apreciado em vez de criticado.



Dia 13/4/2012



Depois de tanto treino, eu estava apta a estar com os meus novos "amigos", a minha única família, tudo o resto tinha-me sido apagado.

Eles aproveitavam os meus dons para julgar pessoas que não cumprissem as regras da sociedade ou aqueles que nos desrespeitassem.

Aquele era o nosso território e ali tinhamos que permanecer na escuridão.

Os meus costumes mudaram, o meu Mundo era outro totalmente diferente, oposto àquele que as pessoas pensam.

Uma coisa aprendi "tenho que ponderar muito bem antes de fazer as minhas escolhas, mas não me arrependo muito."

Quanto mais o tempo passava com o "Mestre", mais mortificada ficava.

Roubei um coração para lhe dar.

Nunca me senti tão morta.

Nem mesmo quando estava viva me senti assim.

Aliás, eu nem sabia o que era estar viver e divertir-me até estar com ele, até ver

o que era, nos seus olhos negros e profundos.



Outubro.



Muitas vezes iamos ao Hevan's, até que ele me pediu que mudasse o bar para o Halloween.

Pois era um dia muito sangrento iam voar cabeças e iamos levar com sangue.

Então decorei o bar com os piores efeitos (aranhas, teias, esqueletos...).

Comidas com sangue, bebidas mórbidas e fortes.

O melhor Rock alternativo que existe.

Preparei o tabuleiro de Oija, as velas pretas e vermelhas e invocamos os espiritos do além para dar ambiente.

Quando o meu coração se partiu em 1000 pedaços, o Homem que me matou por fora, acabou de me apodrecer por dentro, pois aquele mórbido "Mestre" játinha a sua "Rainha negra e sangrenta".

Ela expirava crueldade por todos os lados, o seu olhar congelava a alma dos inocentes.



1/11/2012



Depois de conseguir recuperar da perda, fugi para longe do grupo e dediquei-me à vida espiritual.

Em vez dematar e magoar almas pecadoras, façoas escolher outros caminhos.

Encaminho-os para a luz, aviso-os do perigo, mostro que podemos mudar o nosso futuro dependendo das nossas escolhas.

Aprendi a utilizar os meus dons para o bem e para o mal que estará por vir.


Sem comentários:

Enviar um comentário